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Mulheres na Ciência

Publicado: Quinta, 24 de Março de 2022, 18h57 | Última atualização em Quinta, 24 de Março de 2022, 19h11 | Acessos: 913

Funbio aprova projetos de doutorandas da UFPA

À esquerda, Viviane Caetano Firmino coleta insetos aquáticos em igarapés amazônicos. À direita, está Ana Luísa Lima durante coleta de dados de composição e abundância de macrófitas, pelo método do quadrado.
#ParaTodosVerem: A imagem apresenta duas fotografias. A fotografia da esquerda mostra uma mulher sentada em uma pedra, vestida com calça e blusa de mangas compridas de cor clara. Ela usa um chapéu de tecido com abas azul-marinho. Sobre o colo, ela apoia um recipiente retangular. Na mão esquerda, ela segura um tubo de ensaio. Ao fundo, a vegetação é densa. A fotografia da direita mostra uma mulher de cócoras, na margem de um ambiente de água doce, observando um espaço demarcado por um quadrado de cano PVC. Ela usa calça, blusa de mangas compridas e um colete na cor verde. O cabelo está preso em um rabo de cavalo e, sobre a cabeça, há um capacete de segurança amarelo. Na mão esquerda, ela segura um bloco de notas e uma caneta.
#ParaTodosVerem: A imagem apresenta duas fotografias. A fotografia da esquerda mostra uma mulher sentada em uma pedra, vestida com calça e blusa de mangas compridas de cor clara. Ela usa um chapéu de tecido com abas azul-marinho. Sobre o colo, ela apoia um recipiente retangular. Na mão esquerda, ela segura um tubo de ensaio. Ao fundo, a vegetação é densa. A fotografia da direita mostra uma mulher de cócoras, na margem de um ambiente de água doce, observando um espaço demarcado por um quadrado de cano PVC. Ela usa calça, blusa de mangas compridas e um colete na cor verde. O cabelo está preso em um rabo de cavalo e, sobre a cabeça, há um capacete de segurança amarelo. Na mão esquerda, ela segura um bloco de notas e uma caneta.

 Por Bruno Roberto Fotos Acervo Pessoal

Segundo o levantamento da economista Fernanda De Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), obtido pelo Estadão, o investimento federal em Ciência e Tecnologia, no Brasil, em 2020, foi o menor dos últimos 12 anos. Isso é preocupante em um contexto de crescente interferência humana no meio ambiente, pois as pesquisas científicas são essenciais para prevenir, entender e solucionar muitos problemas ambientais. Durante a pandemia, vimos o rápido desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, o que mostra o valor de oferecer suporte aos cientistas.

Nesse contexto, uma das fontes de investimento é o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), iniciado em 1996. Esta associação é civil, sem fins lucrativos e trabalha em parceria com setores governamentais, privados e da sociedade, com a missão de destinar recursos estratégicos para a conservação da biodiversidade. Em 2021, o Funbio lançou o Programa de bolsas “Conservando o Futuro” e selecionou 37 das 347 propostas recebidas.

Entre as selecionadas, há representantes da Universidade Federal do Pará. Viviane Caetano Firmino, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Zoologia (PPGZOOL/ICB), teve sua pesquisa, Efeito das mudanças climáticas e microplásticos sob fragmentadores de riachos amazônicos e decomposição microbiana de detritos foliares, aprovada. Ana Luísa Fares Biondi Lima é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGECO/ICB) e o seu projeto é intitulado Resposta funcional de macrófitas aquáticas às condições de estresse hídrico causado por mudanças climáticas: evidências sobre variabilidade intraespecífica e trade-offs.

“As Bolsas Funbio são de grande relevância, pois viabilizam a execução de projetos de pesquisa com alto impacto científico e socioeconômico nas áreas da Biodiversidade e Conservação, principalmente no atual cenário de cortes em Educação e Ciência no país. Além disso, sem o recurso da bolsa, seria muito difícil desenvolver o experimento devido ao alto custo do material utilizado”, afirma Viviane Caetano.

Estudo simula temperatura prevista para 2100

O principal objetivo do projeto da bióloga Viviane Caetano, orientado pelo professor Leandro Juen, é avaliar como as mudanças climáticas - aumento de temperatura e CO2 - e os microplásticos afetam as taxas de alimentação e sobrevivência de um importante fragmentador de riachos amazônicos, Phylloicus elektoros (Trichoptera: Calamoceratidae), e a decomposição microbiana.

Para realizar a avaliação, o estudo simulará, em tempo real, o aumento da temperatura e do CO2 previsto para o ano de 2100, na Amazônia, em microcosmos, e os fragmentadores serão expostos a diferentes concentrações de microplásticos. Os fragmentadores, animais que se alimentam de folhas, gravetos ou troncos, são fundamentais na decomposição da matéria orgânica.

“A partir desse estudo, será possível mensurar a quais condições de estresse, isto é, condições climáticas e concentrações de microplásticos, os fragmentadores e a comunidade microbiana são tolerantes. Além disso, tais resultados permitirão compreender os impactos desses estressores para o funcionamento ecossistêmico e para a saúde de riachos amazônicos, uma vez que os fragmentadores e a comunidade microbiana auxiliam na ciclagem de nutrientes e fluxo de energia nesses ambientes”, explica a autora.

A pesquisa de Ana Luísa Fares, orientada pela professora Thaisa Sala Michelan, destaca as plantas aquáticas, chamadas de macrófitas, que são importantes para a preservação dos ecossistemas aquáticos. “O meu projeto tem como objetivo estudar a variação nas características de macrófitas em resposta às variações ambientais naturais e avaliar a variabilidade intraespecífica dessas plantas aquáticas em resposta às condições de estresse hídrico, em especial os eventos de seca e cheia”, afirma a bióloga.

Para atingir o objetivo, serão coletados tanto espécies de plantas quanto dados sobre as características da água, do ar e do solo. Em seguida, será realizado um experimento com o intuito de avaliar a resposta das plantas aquáticas a condições de estresse hídrico. Essas etapas serão possíveis graças ao incentivo do Funbio.

Com base nos conhecimentos adquiridos, será possível planejar formas de lidar com os problemas ambientais. “Além disso, busco, com este projeto, contribuir com o fortalecimento da produção de estudos relacionados a mudanças climáticas e à botânica na Amazônia, principalmente os impactos que o bioma vem sofrendo’’, completa Ana Luísa Fares.

As pesquisas estão em desenvolvimento. Um experimento piloto já foi executado no projeto da bióloga Viviane Caetano e ela acredita que estará com os dados totalmente coletados até o fim de 2022. No caso da doutoranda Ana Luísa Fares, a previsão para concluir o projeto é dezembro de 2023. No momento, Ana Luísa está comprando materiais necessários para realizar o estudo.

Serviço – Para saber mais sobre o Funbio, acesse: https://www.funbio.org.br/

Beira do Rio edição 162

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