Celular na mão e Darwin na cabeça
Mapa temático com QR Code ensina conteúdos de Biologia
Por Adrielly Araújo Foto Acervo da Pesquisa
A Biologia, inclusa na grande área das Ciências da Natureza e suas Tecnologias, deve preparar os estudantes para fazer julgamentos, elaborar argumentos e tomar providências de modo a favorecer discussões nos campos éticos, socioculturais, políticos e econômicos. Um dos assuntos que ganham destaque no ensino de Biologia é o da evolução, tema de grande significado científico e filosófico, que, muitas vezes, gera polêmicas sobre a origem da vida e do homem desde a publicação do livro A Origem das Espécies, de Charles Darwin.
Essas informações constam na dissertação Mapa temático com QR Codes para o ensino de evolução humana, do biólogo Venícius Lanôa Fagundes, que decidiu propor uma nova forma de construção de conhecimento sobre a evolução humana utilizando a tecnologia como ferramenta principal.
O estudo teve orientação da professora Sheila Costa Pinheiro e foi apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Biologia (Profbio), do Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFPA). O Profbio é um mestrado profissional ofertado em Rede Nacional e coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“O produto do trabalho foi submetido à avaliação/validação de um grupo de especialistas, composto por professores doutores da UFPA dos campos da Biologia e da Educação, que julgaram, por meio de formulários, os aspectos positivos e negativos do material apresentado”, relata o pesquisador.
Em linguagem tecnológica, QR vem da sigla inglesa para Quick Response (resposta rápida). “QR Code é um código de barra bidimensional, desenvolvido pela primeira vez em 1994, pela empresa japonesa Denso Wave Incorporated. Ele pode ser convertido em vários tipos de informações, como link na internet, texto, vídeo, entre outros. Neste trabalho, usamos QR Codes para armazenar informações em um mapa temático sobre evolução humana”, explica o autor do estudo.
Seleção de tópicos foi baseada nos livros didáticos
De acordo com Venícius Lanôa Fagundes, o primeiro passo foi levantar como o assunto “evolução” é abordado nos livros didáticos da educação básica. Com esse resultado, o autor decidiu quais tópicos da evolução humana deveriam ser tratados no estudo.
Então, foi elaborado o mapa temático apresentando a migração da espécie humana desde a África, com a imagem editada de um mapa-múndi em alta resolução. Posteriormente, foram inseridos os QR Codes e os elementos típicos de um mapa, como legendas e escala.
“A inserção dos elementos do mapa foi feita por meio de um software cartográfico chamado de ArcGis. As rotas de migração foram inseridas com o Programa Paint 3D do Windows. Os QR Codes e outros elementos foram trabalhados, depois de testar outros sites e plataformas, no Site de design Canva”, detalha o professor.
“Além das informações disponíveis no próprio mapa, há os QR Codes, que podem ser lidos por câmeras de celulares e smartphones. Ao apontar a câmera do celular para a imagem desejada, um arquivo com o conteúdo estará disponível para download e poderá, inclusive, ser compartilhado pelo aluno”, explica o pesquisador.
Além disso, Venícius Fagundes também criou um aplicativo de perguntas e respostas - Quiz: a evolução não para –, disponível na Play Store para dispositivos com sistema operacional Android. O jogo traz perguntas relacionadas ao conteúdo apresentado no produto educacional e tem o objetivo de avaliar e entreter os usuários.
“Ao final da exploração do conteúdo, sugiro que os leitores baixem o aplicativo Quiz: a evolução não para, para testarem o que aprenderam. Portanto, para que o produto possa ser utilizado em sua totalidade, é necessária a conexão com a internet”, alerta o autor.
“Creio que a principal vantagem desse uso de tecnologia seja, primeiramente, por se tratar de uma novidade que chama atenção dos jovens estudantes, o que pode ser um fator promotor do conteúdo. Além disso, é interessante que o tema evolução humana saia do espaço formal da escola. Com os QR Codes, é possível agregar informação sem usar materiais físicos e em lugares não usuais, como praças”, conclui Venícus Fagundes.
Beira do Rio edição 160
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