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Ao som dos curimbós

Publicado: Quarta, 01 de Junho de 2022, 17h25 | Última atualização em Quarta, 01 de Junho de 2022, 18h08 | Acessos: 1487

Estudo analisa representação do carimbó por meio da imagem 

#ParaTodosLerem:  Fotografia mostra, em primeiro plano, um casal dançando carimbó. Ele veste calça branca e camisa estampada nas cores vermelha, laranja, amarela e branca. Ela veste blusa branca e saia rodada com a mesma estampa da camisa dele. Em segundo plano, um grupo canta e toca instrumentos de sopro e percussão. No fundo, uma bandeira vermelha em que se lê carimbó, patrimônio cultural.
#ParaTodosLerem: Fotografia mostra, em primeiro plano, um casal dançando carimbó. Ele veste calça branca e camisa estampada nas cores vermelha, laranja, amarela e branca. Ela veste blusa branca e saia rodada com a mesma estampa da camisa dele. Em segundo plano, um grupo canta e toca instrumentos de sopro e percussão. No fundo, uma bandeira vermelha em que se lê carimbó, patrimônio cultural.

Por Rebeca Amaral Foto Acervo da Pesquisa 

 

O romance entre a garça namoradeira e o malandro urubu se popularizou rapidamente entre os paraenses. A música traz símbolos da nossa fauna, o cartão postal de Belém, o grandioso Ver-o-Peso, e o carimbó. Nessa manifestação cultural, está focada a dissertação de Pierre Azevedo. O antropólogo investiga como as comunidades carimbozeiras são representadas e se autorrepresentam.

Intitulado O Carimbó e a representação da imagem para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, o estudo investigou as formas de uso das tecnologias imagéticas (fotografias, vídeos etc.) pelos detentores do bem, ou seja, por quem faz parte do movimento do carimbó (carimbozeiros), para identificar os acordos e os conflitos que existem entre as comunidades e as instituições quanto à forma como o carimbó é representado. O trabalho foi apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural (PPGPatri/ITEC) da Universidade Federal do Pará, com orientação da professora Anna Maria Alves Linhares.

“Resolvi analisar casos vivenciados empiricamente para que eles fossem trabalhados numa perspectiva que atendesse às demandas dos detentores do bem, tendo em vista a efetivação de políticas públicas culturais voltadas à salvaguarda do patrimônio imaterial”, revela Pierre Azevedo, que atua, há quase nove anos, em produções artísticas e culturais junto a grupos e comunidades carimbozeiras do estado.

O brega, assim como o carimbó, é um ritmo de “marca registrada” no Pará, por isso recebeu o título de patrimônio imaterial no último ano. No entanto os processos para a titulação das manifestações são diferentes: o brega é patrimônio imaterial do estado, enquanto o carimbó tem o título em âmbito nacional. “Na esfera nacional, é realizado um inventário específico, com pesquisa sobre as referências culturais junto aos grupos e às comunidades que têm o bem como código cultural mantido e repassado por gerações entre seus pares, além de outros pontos que diferem a forma como é realizado o registro no Pará”, explica o autor.

Patrimonialização favorece valorização de bens culturais

Segundo Pierre Azevedo, a patrimonialização de um bem cultural é um dos meios de valorização da cultura, principalmente por ocasionar maior atenção sobre estes bens e fazer com que sejam atendidos por políticas públicas de preservação e amparo do patrimônio.

O registro imagético é muito presente no estudo. Azevedo captou imagens com sensibilidade. A energia, o movimento e o afeto transbordam a tela para se transformar em um registro da história do carimbó. “De forma nenhuma, um registro imagético, realizado por meio de recursos tecnológicos, pode ser comparado à experiência sensível de uma dança, uma música, um toque dos curimbós, mas pode servir como dispositivo que possibilita um diálogo entre a sociedade e o bem cultural”, avalia.   

Para quem tem interesse em conhecer mais sobre o carimbó, o autor indica:

Região Metropolitana de Belém  - temos grupos em bairros periféricos como Pedreira e Terra Firme.  No distrito de Icoaraci, o Espaço Cultural Coisas de Negro, considerado o “Templo do Carimbó”, possui programação tradicional aos domingos.

Municípios, comunidades e localidades - visitem locais em que o carimbó faz parte da história desses territórios, como o Marajó, os municípios do nordeste paraense, a região bragantina, a região do tapajós, entre outras.

Beira do Rio edição 163

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