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Publicado: Terça, 31 de Maio de 2022, 20h34 | Última atualização em Quarta, 01 de Junho de 2022, 18h07 | Acessos: 1455

Pesquisadores da UFPA e da UEPA desenvolvem aplicativo para o público 60+

#ParaTodosLerem: Ilustrações contendo somente as mãos de pessoas utilizando celulares. Na primeira ilustração, há duas mãos utilizando um aplicativo de trocas de mensagens. Na segunda, há uma mão segurando um celular mostrando a tela inicial, com a previsão de temperatura e quadrados simbolizando os ícones de aplicativos. Na terceira ilustração, há uma mão segurando um celular mostrando um aplicativo de mapas. Na última ilustração, há uma mão segurando um celular mostrando um aplicativo de música.
#ParaTodosLerem: Ilustrações contendo somente as mãos de pessoas utilizando celulares. Na primeira ilustração, há duas mãos utilizando um aplicativo de trocas de mensagens. Na segunda, há uma mão segurando um celular mostrando a tela inicial, com a previsão de temperatura e quadrados simbolizando os ícones de aplicativos. Na terceira ilustração, há uma mão segurando um celular mostrando um aplicativo de mapas. Na última ilustração, há uma mão segurando um celular mostrando um aplicativo de música.

Por Heloá Pontes Maués, Elaide Martins da Cunha, Wanderson Alexandre da Silva e Camila de Andrade Simões Ilustração CMP

A mudança na estrutura etária do Brasil é cada vez mais evidente, e o cenário atual aponta para um processo de aceleração do envelhecimento da população brasileira. Dados apresentados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2021, indicam que a proporção de idosos pode chegar a 40,3% em 2100, o que, em 2010, era de 7,3%.

Vale ressaltar que, para efeitos legais, idoso é uma denominação que se destina aos indivíduos que possuem 60 anos de idade ou mais, sendo esta nomenclatura usada para fins demográficos, projetos, leis e políticas sociais, além de ser utilizada também pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É fundamental ainda observar que o envelhecimento é um fenômeno que exige um olhar multifatorial, considerando todos os âmbitos da vida desses sujeitos, sejam eles biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, entre outros.

Assim, tornar-se idoso ainda é um grande desafio quando consideradas as condições sociais, econômicas, históricas e culturais do Brasil.  Esta parcela da população é submetida a estigmas, repressões sociais, violências, negligências e exclusões, que acabaram sendo intensificados durante a pandemia do SARS-CoV-2/Covid-19. As medidas necessárias para a contenção do vírus, como o distanciamento e isolamento social, tiveram impactos diretos na saúde da população, sobretudo a idosa, inserida nos grupos de risco. 

Nesse cenário, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) tornaram-se ainda mais visibilizadas e valorizadas como porta de acesso para o mundo, especialmente de serviços de saúde e sociais, além de diminuir as distâncias das redes de apoio, entre outras dinâmicas de consumo de informações. Por isso, compreende-se que as TICs podem funcionar como um instrumento possível para promover a inclusão social da população idosa por meio da socialização, do estímulo da autonomia e do bem-estar desses sujeitos.

Ressalta-se aqui que o conceito de saúde, segundo a OMS, refere-se não somente à ausência de doença, mas também à inclusão do equilíbrio e bem-estar físico, psicológico, social, espiritual, que são afetados pelas mudanças do meio, incluindo os avanços tecnológicos e digitais.

Pensando nisso, o Projeto Fluência digital de idosos na Amazônia urbana vem elaborando um aplicativo para o público 60+ residente em Belém e Ananindeua, no Pará, disponibilizando informações sobre serviços gratuitos nos campos da saúde (psicológica e física) e social, a fim de contribuir com a fluência digital do idoso, além de expandir os conhecimentos acadêmicos sobre a temática. Para isso, inicialmente,  realizou-se um levantamento das necessidades dos idosos, por meio de um questionário, em que esta população pôde indicar suas dificuldades com a tecnologia digital e apontar seus interesses quanto à criação de um aplicativo como esse que está sendo construído pelos pesquisadores do projeto. Esse levantamento inicial foi de expressiva importância, pois possibilitou o direcionamento quanto à criação efetiva e adequada do aplicativo ao público-alvo, além de possibilitar a participação dos interessados neste produto.

A aplicação é pensada como um sistema de código aberto, num formato que deve ocupar pouco armazenamento nos aparelhos celulares e atualização facilitada. O projeto está em fase de elaboração das telas, e as próximas etapas se voltam para atualizar o mapeamento dos serviços de saúde e sociais gratuitos em Belém e Ananindeua (PA), além de novos testes junto ao público idoso, por meio de grupos focais. O produto final tem por objetivo ser espaço de fomento e difusão de informações qualificadas, contribuindo com a fluência digital e a qualidade de vida dessa população.

Sobre a pesquisa: O projeto foi aprovado no Edital Acadêmico de Pesquisa 2021: envelhecer com futuro do Portal do Envelhecimento e Longeviver e Itaú Viver Mais. Também foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Pará, parecer de número 5.175.298, de 17 de dezembro de 2021. Além dos pesquisadores da UFPA/UEPA, o projeto conta com a atuação dos bolsistas Emilly Vitória Pinto Melo, Flaviane Marcia Lima dos Anjos e Renato Daniel da Cruz Santos.

Referências

BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2021. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=38577. Acesso em: 14 de mai. 2022.

OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde. Envelhecimento saudável, 2022. Disponível em: https://www.paho.org/pt/envelhecimento-saudavel. Acesso em: 20 maio 2022.

Beira do Rio edição 163

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