Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate

Portuguese English Spanish

Opções de acessibilidade

Página inicial > Exclusivo > Mulheres e Meninas na Ciência
Início do conteúdo da página

Mulheres e Meninas na Ciência

Publicado: Quinta, 29 de Fevereiro de 2024, 14h42 | Última atualização em Sexta, 01 de Março de 2024, 19h17 | Acessos: 321

Entre Memórias e Sentidos: o papel das revistas no Pará do século XX

#ParaTodosVerem:Fotografia colorida mostra jovem sorrindo entre duas prateleiras de livros. Ela está sentada e tem uma revista apoiada sobre a perna esquerda. A jovem tem cabelos lisos e pretos, na altura dos ombros. Veste uma blusa preta, modelo tomara que caia, e calça comprida na cor rosa.
#ParaTodosVerem:Fotografia colorida mostra jovem sorrindo entre duas prateleiras de livros. Ela está sentada e tem uma revista apoiada sobre a perna esquerda. A jovem tem cabelos lisos e pretos, na altura dos ombros. Veste uma blusa preta, modelo tomara que caia, e calça comprida na cor rosa.

Por Evelyn Ludovina Foto Alexandre de Moraes 

Em tempos de redes sociais, tornou-se comum que lembranças e registros tomem forma de notificação.  Mas e quando as memórias estão guardadas há mais de uma centena de anos? Como se lembrar do século passado? 

Há 100 anos, Belém vivia a Belle Époque amazônica e as revistas eram uma das formas de expressar e tecer críticas políticas e sociais. “As revistas eram importantes registros daquela época. Por meio delas, podemos constatar de que forma a política e a moda se desenvolviam, por exemplo. Acredito que essa seja a importância de estudar as revistas do século XX, porque a gente tem poucos registros dessa época e as revistas trazem um viés diferente dos que encontramos nos jornais”, analisa a estudante de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal do Pará (UFPA) Roberta Cartágenes da Costa.

Bolsista Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) no Projeto de Pesquisa "Meios de comunicação no Pará em perspectiva histórica: entre memórias e sentidos”, Roberta desenvolveu um trabalho intitulado Estudo dos meios de comunicação no Pará versão 2. A pesquisa contou com orientação da professora Netília Silva dos Anjos Seixas, do Instituto de Letras e Comunicação (ILC), e analisou acervos on-line e materiais digitalizados, assim como pesquisa em material de microfilme, fichas de catalogação, inventários e catálogos disponibilizados por acervos em Belém. 

Para a jovem pesquisadora, as discussões levantadas são importantes para entender como era a divulgação de conhecimento na época e como determinados temas eram tratados pela sociedade. “Algumas das revistas eram mais direcionadas para um público e isso era importante para que os leitores se identificassem com as pautas e temas que as revistas estavam trazendo. Para mim, as revistas foram muito importantes para compreender as questões que estavam sendo desenvolvidas na época e veicular, cada vez mais, esse tipo de informação, de uma forma mais direcionada”, aponta.   

Explorando as páginas do passado paraense 

Por meio da metodologia documental, a bolsista procurou realizar um levantamento do material disponível para pesquisa, mais especificamente das revistas paraenses, em dois grandes acervos: o da Biblioteca Pública Arthur Vianna (BPAV) e o da coleção do professor Clóvis Moraes Rêgo, localizado no Centro de Memória da Amazônia (CMA), da Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Graças aos avanços tecnológicos do início do século XX e ao grande investimento na capital paraense, os meios de comunicação foram fortemente impactados. Belém vivia um cenário de prosperidade econômica e apreço pela cultura letrada, o que fez as publicações de periódicos impressos ganharem destaque tanto em Belém quanto no Brasil. Os principais temas abordados eram relacionados ao meio rural, à literatura, à ciência ou à educação, e também aos títulos de caráter mais abrangente, denominados pela pesquisadora como “variedades”. 

Além de serem um espaço de divulgação de conhecimentos, as revistas são uma forma de preservar memórias. Momentos, opiniões e experiências foram registrados e se mantêm "vivos" por meio das palavras. Segundo a jovem pesquisadora, o segmento de comunicação desempenhou um papel crucial ao documentar não apenas fatos importantes da história da cidade, mas também as nuances do cotidiano, contribuindo, assim, para a conservação da cultura e da identidade ao longo do tempo. 

O trabalho conclui que esse é apenas o começo de uma infinidade de possibilidades de estudo da história do Pará e da Amazônia, contadas pelas páginas das revistas. O objetivo é incentivar a jornada de pesquisa e de valorização das revistas no estado e contribuir com ela, para que a história do Pará seja cada vez mais valorizada.

Sobre a pesquisadora: Roberta Cartágenes da Costa tem 20 anos, cursa Comunicação Social - Jornalismo e conta que possui interesse no estudo e desenvolvimento de pesquisas sobre o assunto. "Para mim, a área da pesquisa foi muito proveitosa, eu aprendi muito. Depois de apresentar os trabalhos, eu tive feedback's muito positivos e fiquei muito empolgada com a possibilidade de expandir cada vez mais essa pesquisa. Quero levar isso para além graduação”, planeja.

Sobre a pesquisa: Este estudo foi apresentado ao XXXIV Seminário de Iniciação Científica da UFPA, realizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), tendo sido contemplado pelo Edital Pibic Verão. A pesquisa foi destaque na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes. A orientação foi da professora Netília Silva dos Anjos Seixas (ILC/UFPA), com financiamento Pibic/UFPA.

Edição: Edmê Gomes Paixão
Beira do Rio Ed.169 - Dez/Jan/Fev 2023-2024

 

Fim do conteúdo da página