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Mulheres e Meninas na Ciência

Publicado: Quinta, 22 de Fevereiro de 2024, 17h15 | Última atualização em Sexta, 01 de Março de 2024, 19h19 | Acessos: 513

Estudo propõe solução inovadora para a substituição de pontes de madeira, integrando Centrais Geradoras Hidrelétricas e promovendo desenvolvimento sustentável 

#ParaTodosVerem: Fotografia colorida de uma jovem de cabelo liso, longo e claro. Ela está de pé, usa batom vermelho, colar e brincos dourados e veste uma camisa de mangas compridas na cor branca. Ela está em um ambiente natural com presença de muitas árvores e carrega um capacete de segurança na mão esquerda.
#ParaTodosVerem: Fotografia colorida de uma jovem de cabelo liso, longo e claro. Ela está de pé, usa batom vermelho, colar e brincos dourados e veste uma camisa de mangas compridas na cor branca. Ela está em um ambiente natural com presença de muitas árvores e carrega um capacete de segurança na mão esquerda.

Por Evelyn Ludovina Foto Acervo Pessoal

O acesso à energia, embora seja considerado um serviço social básico, ainda é apenas um sonho para uma parcela significativa da população amazônida, sobretudo para os habitantes de regiões rurais e isoladas que também sofrem com escoamento da produção, muitas vezes, imposto por pontes de madeira, que, apesar de essenciais para locomoção, frequentemente representam riscos para os moradores, pois, com a ação do tempo, tendem a sofrer deterioração progressiva.

Pensando nesses dois problemas, a bolsista CNPq Vitória Barbosa Portilho, com orientação do professor André Luiz Amarante Mesquita do Núcleo de Desenvolvimento Amazônico em Engenharia (NDAE/UFPA), desenvolveu a pesquisa Análise de CGHs integradas a pontes-barragens em concreto para substituição de pequenas pontes de madeiras na Amazônia rural. O estudo propõe a utilização de Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) integradas a pontes-barragens em concreto como forma de atender à demanda energética da Amazônia rural associada à maior facilidade no escoamento da produção de alimentos e à mobilidade. A pesquisa considera que a abordagem permitiria geração de energia com o fluxo dos rios, enquanto as pontes-barragens em concreto ofereceriam uma infraestrutura mais durável e segura em comparação com as pontes de madeira. 

Segundo a pesquisa, apesar do imenso potencial para a geração de energia elétrica devido à abundância de recursos naturais, como rios e condições climáticas favoráveis, a Amazônia enfrenta grandes desafios ao nível do acesso à eletricidade, sobretudo em zonas remotas e isoladas, em virtude dos custos de instalação do transporte e de distribuição integrados na rede elétrica nacional. “Há diversos locais onde esse sistema pode ser implementado trazendo benefícios significativos, proporcionando maior competitividade para as comunidades rurais e independência energética renovável com baixo impacto ambiental”, afirma a jovem pesquisadora. 

Para Vitória, a energia produzida traria diversos benefícios para a comunidade. “A partir da energia gerada no local, seria possível minimizar perdas de distribuição. Além do mais, a implantação do projeto traria maior geração de empregos e independência energética local”. 

Pequenas Centrais Hidrelétricas impulsionam o desenvolvimento sustentável 

A autonomia elétrica desempenha um papel fundamental no desenvolvimento econômico das comunidades rurais. Além de contribuir para impulsionar economicamente a região, também promove maior qualidade de vida, oportunidades de emprego e acesso a serviços básicos. “O projeto a ser executado, mesmo sendo um pequeno aproveitamento energético, é capaz de suprir as demandas locais e de algumas residências da comunidade. Além do mais, com as pontes-barragens em concreto com a instalação de CGHs, é possível recuperar a energia potencial de um pequeno rio para atender a uma demanda que é onerosa para o empreendimento”, afirma Vitória Portilho. 

O estudo revela que a substituição das pontes de madeira não apenas ajudaria na resolução de problemas de mobilidade, como também contribuiria para a produção sustentável de energia na região. De acordo com as investigações de Vitória, por fazer uso de uma pequena área alagada, diferentemente das grandes usinas, que necessitam de enormes reservatórios de água, o uso de turbinas a fio d’água acarreta diversos benefícios. A CGH a fio d’água pode ter um aproveitamento mais baixo pela não utilização de reservatórios de acumulação, mas possui a vantagem do baixo impacto ambiental, como também a dispensabilidade de estudos hidrológicos mais aprofundados e menor investimento de capital.

A pesquisa consiste em estabelecer um método que permita a substituição de pontes de madeira por estruturas de concreto, incorporando uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). A metodologia foi criada por um conjunto de pesquisadores da UFPA, por meio de uma parceria entre os professores André Mesquita (NDAE/UFPA) e Claudio Blanco (FAESA/UFPA/Belém) e adaptada por Vitória. A expectativa é que a produção seja capaz de gerar, além de energia, maior segurança de escoamento de produtos de pequenas comunidades rurais da Amazônia.

Sobre a pesquisadora: Vitória Barbosa Portilho é discente do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental, pela Universidade Federal do Pará, no Campus de Tucuruí. Ela gosta de literatura de fantasia, pois considera que, assim, pode sair da realidade e conhecer outros mundos. Além disso, a jovem pesquisadora também aconselha quem tem interesse em seguir na área: "Vá com medo mesmo, apenas vá! Antes da Iniciação Científica, eu sentia muito medo de não ser capaz, de não dar conta, mas abracei a oportunidade e, sem dúvida nenhuma, foi uma das melhores, se não a melhor, coisas que fiz durante a graduação. Ver todos os frutos desse projeto é muito gratificante."

Sobre a pesquisa: O trabalho Análise de CGHs Integradas a Pontes-Barragens em Concreto para Substituição de Pequenas Pontes de Madeiras na Amazônia Rural foi desenvolvido sob orientação do professor André Luiz Amarante Mesquita  (NDAE/UFPA) e teve financiamento Pibic/CNPq. A pesquisa foi apresentada durante o XXXIV Seminário de Iniciação Científica da UFPA, realizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), sendo contemplada pelo Edital Pibic Verão Destaque na Iniciação Científica da UFPA (edição 2023) como representante da área de Planejamento Urbano e Regional.

Edição: Edmê Gomes Paixão
Beira do Rio Ed.169 - Dez/Jan/Fev 2023-2024

 

 

 

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